
As opiniões expostas neste artigo vinculam exclusivamente os seus autores.
A relação entre Política e Desporto é por vezes considerada como proibitiva. Taylor em 1986 conotou-a como “a mutual neglect” (Cha,148). Porém ao longo da história e nomeadamente no século XX o desporto desempenhou um papel relevante para compreender diversas dinâmicas da Política Internacional. Na atualidade o desporto possui um impacto internacional extremamente abrangente sendo possível verificar quer nos media quer na vida quotidiana das pessoas debates sobre a atualidade desportiva local, regional, nacional ou internacional seja nas maiores metrópoles mundiais seja na mais recôndita povoação (Redecker,494). O Desporto assume-se praticamente como uma instituição social e cultural (Kissoudi,1690) conseguindo alcançar o imaginário de pessoas das mais variadas origens de uma forma praticamente sem paralelos (Rofe,14). Esta abrangência não pode ser ignorada e o impacto político destas dinâmicas também não. Allison mencionou que o Desporto e a Política tornaram-se inseparáveis sendo a sua interligação uma inevitabilidade (Allison,110). Ueberroth, ex-presidente do Comité Olímpico de Los Angeles, denotou que as Olimpíadas constituíam “mais que um evento desportivo um evento político” (Kissoudi,1693). É, nesta lógica, impossível negar a relevância do Desporto no estudo das Relações Internacionais nomeadamente no que concerne à Política Internacional sendo o contributo de Murray e Pigman e o conceito de “international diplomacy of sport” o maior exemplo desse facto. Este é entendido como as circunstâncias nas quais Estados (e demais agentes) usam o Desporto como plataforma para alcançar os seus interesses (Rofe,4). O presente ensaio pretende apresentar uma tipologia onde se procura categorizar o papel do Desporto nas Relações Internacionais atentando à sua heterogeneidade. Destacaremos 5 categorias para esta análise que assenta numa base empírica. A diferenciação entre as 5 categorias não será, por isso, baseada em postulados teóricos que as individualizem. Ou seja, é possível que cada categoria ou mesmo cada exemplo empírico utilizado possa ser analisado através de uma complementaridade entre diversos postulados teóricos.
A primeira categoria a denotar prende-se com o que apelidamos de Desporto Conflitual. George Orwell mencionava que “Sport is war minus the shooting” (Allison,113). von Reichenan, general da Wehrmacht e membro do partido Nazi mencionou que “sport is a war without weapons” (Kyrolainen,68). Nesta primeira categoria o nosso foco é eminentemente estatal. O confronto e o antagonismo são desenvolvidos através de meios desportivos entre Estados. Desde logo é importante denotar um confronto entre grupos de Estados que é marcado pelo domínio das potências ocidentais perpetuado em termos desportivos. Quer a invenção, quer os territórios que reúnem a hegemonia desportiva, passando pelas sedes das instituições responsáveis e culminando na maioria das competições de relevo internacional, tudo isto mostra que o cerne da realidade desportiva internacional é ainda dominado pelo Ocidente (Maguire,9). Os ditos “core countries” exercem domínio em relação aos países periféricos (na linguagem de Wallerstein) também através do canal desportivo (Jarvie,539; Maguire,5). As relações desportivas possuem sempre uma lógica de “lei do mais forte” (Redecker,496). Neste sentido países tidos como “periféricos” aproveitaram momentos desportivos para promover uma lógica conflitual com os chamados “países do centro”. Quando em 1986 a Argentina venceu a Inglaterra no Campeonato Mundial de Futebol a vitória foi vista como uma desforra depois da Guerra das Malvinas. Em 2002 o triunfo do Senegal contra França representou uma vitória de uma nação até aí subserviente sobre os seus ex-colonizadores europeus (Jarvie,540). Dito isto, um olhar atento sobre a história dos Jogos Olímpicos permite-nos compreender outra forma de utilização conflitual do Desporto nas RI. As primeiras olimpíadas modernas (1896) foram marcadas pela vontade francesa de usar este meio desportivo para vingar a derrota na Guerra Franco-Prussiana de 1870 (Kyrolainen,67). Da mesma forma durante a Guerra Fria o plano desportivo não foi imune à enorme inimizade entre as duas superpotências. EUA e URSS usavam-no como símbolo do seu antagonismo (UK,1) entendendo vitórias e derrotas como triunfos do seu modelo ideológico ou sistema político e económico sobre o sistema do inimigo (Kyrolainen,80; UK,2). Os seus representantes desportivos carregavam na sua essência a matriz do Estado que representavam (Redecker,497). Atentando às palavras do Presidente Ford entendemos a posição estadunidense: “Do we realize how important it is to compete sucessfully with other nations? Not just the Russians (…) a sports triumph can be uplifting to a nation position as well as a battlefield victory” (Kyrolainen,80). Pavlov, responsável pelo Comité Olímpico Soviético, mencionou que “sports achievements reflect (…) the progress and triumph of soviet society’s culture as a whole” (Kyrolainen,81). O pico de tensões ocorreu nos boicotes que ambas fizeram em várias edições dos Jogos Olímpicos (Cha,140; Beacom,9). Esta era uma forma pouco arriscada e menos problemática de demonstrar antagonismo quando comparada com o peso de intervenções militares ou choques políticos (Kyrolainen,81; Allison,108; Boyacioglu,101). Os dois acontecimentos mais marcantes ocorreram em 1980 nos Jogos de Moscovo boicotados por vários países ocidentais fruto de protestos contra a invasão soviética do Afeganistão (Kissoudi,1694). Quatro anos volvidos nos Jogos de Los Angeles de 1984 a URSS e o bloco de leste em peso boicotaram os Jogos advogando falta de condições de segurança para os seus atletas (Kissoudi,1700). Porém não foram só as duas grandes potências a operar boicotes ao longo do século XX. Em diversas ocasiões ocorreram também boicotes desportivos a competições onde participava a África do Sul. Eram uma forma de condenar o regime do Apartheid incluindo um episódio congregando a famosa “União Desportiva Africana” (Kissoudi,1694). Por outro lado, em 1948 os derrotados da II Guerra Mundial foram banidos da participação nos Jogos Olímpicos (Kissoudi,1698). Outro boicote ocorreu nos Jogos de 1956 como protesto de vários Estados relativamente à invasão anglo-francesa do canal do Suez (Kissoudi,1699) e de outros Estados relativamente ao esmagamento da sublevação húngara pela URSS. Múltiplos exemplos há em que eventos desportivos marcaram relações de forte conflitualidade entre Estados. O famoso episódio das “Football Wars” entre Honduras e El Salvador teve como causa um jogo entre ambas as seleções no ano de 1969 (Kyrolainen,73). A disputa entre China e Austrália pela organização dos Jogos Olímpicos de 2000 foi palco para Huntington aplicar a sua análise de “Choque Civilizações”. A organização acabou por recair sobre Sydney e Huntington destacou-o como um triunfo da civilização Cristã Ocidental por oposição à visão civilizacional sínica (Cha,146; Beacom,11).
A segunda categoria, Desporto Conciliador, procura destacar o papel relevante representado por diversos momentos desportivos para o estabelecimento ou restabelecimento de relações diplomáticas entre Estados. Para reforçar esta lógica destacaremos quatro exemplos. O caso mais mítico prendeu-se com o período da diplomacia triangular de Nixon durante a reaproximação entre Washington e Pequim nos anos 70. Este período foi marcado pelo mítico termo “ping-pong diplomacy” (Kyrolainen,81). Esta baseou-se no facto de terem sido jogadores de ténis de mesa os primeiros cidadãos estadunidenses a visitar a China desde 1949 abrindo caminho para, no ano seguinte, a visita do próprio presidente Nixon (Cha,140; Kissoudi,1696). Os vários contactos estabelecidos entre delegações chinesa e estadunidense ao longo do campeonato mundial de ténis mesa realizado em Nagoya no Japão no ano de 1971 são também dignos de destaque neste âmbito (UK,2; Allison,115). Um segundo exemplo prende-se com as diversas tentativas de reconciliação entre as duas Coreias. Ao longo da segunda metade do século XX os momentos de maior aproximação entre duas das maiores inimigas mundiais ocorreram através de eventos desportivos certamente mais marcados por uma carga simbólica do que por questões concretas de realpolitik. A participação conjunta de atletas de ambas as delegações nos Jogos de Sydney em 2000 sob uma bandeira branca ou a primeira participação da Coreia do Norte num evento disputado na Coreia Sul em 2002 nos Jogos Asiáticos (união que se manteve no ano seguinte onde ambas participaram conjuntamente) (Cha,143) são dois casos emblemáticos. Terceiramente durante os últimos anos da Guerra Fria a URSS e os EUA participaram ativamente na organização dos chamados “Goodwill Games” que se destinavam a reforçar relações entre as duas potências globais. As edições de 1986 em Moscovo e de 1990 em Seattle trouxeram algum espírito de reconciliação às relações internacionais da Guerra Fria (Kissouri,1697). Um último exemplo remete-nos para o início do século XX e para as acérrimas tensões na região dos Balcãs entre as diferentes nacionalidades. A realização dos Jogos Balcânicos em 1930 permitiu juntar representantes de delegações búlgara, grega, romena, jugoslava e turca promovendo canais de comunicação e cooperação que desde a Grande Guerra eram manifestamente inexistentes (Kissouri,1696).
A terceira categoria apresentada prende-se com o entendimento do Desporto enquanto plataforma para afirmação internacional de um Governo, cultura ou ideologia. O desporto visa neste caso representar uma estratégia de política externa relacionada com o conceito de “soft power” de Nye, verificável por exemplo em casos em que Estados com pouca relevância internacional utilizam o Desporto para se afirmarem (Kyrolainen,78). Em 1984 a seleção de Cricket do Sri Lanka jogou contra Inglaterra. Esse momento permitiu a paragem momentânea da guerra civil bem como exponenciou a atenção internacional que lhe passou a ser dada (Kissoudi,1695). A busca de reconhecimento internacional do Kosovo através da pertença a instituições desportivas internacionais é outro caso a destacar (Lekakis,2). Porém uma das formas mais míticas de proceder a esta estratégia é através da organização de grandes eventos desportivos (Maguire,3; Grix,252; Redecker,496). Nos anos 30 quer a Itália fascista de Mussolini quer a Alemanha Nazi de Hitler utilizaram respetivamente o Mundial Futebol de 1934 (Boyacioglu,102) e os Jogos Olímpicos de 1936 para enaltecer o seu regime internacionalmente (Kissoudi,1699). O caso teve sucesso já que, por exemplo, a população francesa olhava com relativo entusiasmo para os feitos das duas potências do futuro eixo. Durante a década de 1970 o famoso combate entre Muhammad Ali e George Foreman conhecido por “The Rumble in the Jungle” foi, fruto de intermediação estadunidense, realizado em Kinshasa e permitiu uma projeção internacional ao regime de Mobuto no Zaire legitimando-o. Estima-se que a transmissão tenha chegado a mil milhões de espetadores (Allison,127). Outro caso prende-se com a organização alemã do Mundial 2006, que concluiu um longo processo de afirmação da nova Alemanha moderna, tolerante e apelativa no cenário internacional (Grix,261; Lekaskis,2019,2).
A quarta categoria a considerar destaca a utilização do Desporto, como base de “nation building” já que o sucesso desportivo pode servir como fator de identificação de uma população com um determinado regime ou liderança (Kyrolainen,76; Rofe,15). No fundo procura-se a coesão baseada no orgulho nacional (Cha,140; Jarvie,540). Após anos de boicotes e pressões internacionais através de eventos desportivos sobre o regime do apartheid na África do Sul, em 1995 aquando da Presidência de Mandela, o mundial de rugby teve imensa importância para unificar o espírito de reconciliação na nova lógica da rainbow nation sul-africana (Jarvie,551). O triunfo dos Springboks, o programa de Governo One Team, One Nation ou a imagem de Mandela vestido de green and gold – até então um símbolo da segregação e discriminação– mostraram o poder do desporto para uma nação inteira que procurava uma identificação comum (Rofe,6; Mandela,148). No continente africano a utilização do desporto por parte de regimes no período pós-colonial foi uma constante. O que procuravam era suplantar os inúmeros problemas e tensões existentes de forma a proporcionar um mecanismo de identificação nacional comum às suas populações (Jarvie,539; Kissoudi,1695). Nomes como Bikila na Etiópia ou Kip Keino no Quénia tornaram-se símbolos de orgulho nacional e foram largamente usados pelos seus líderes políticos neste sentido (Allison,125). Noutra geografia a Alemanha após a queda do muro de Berlim utilizou um evento desportivo como forma de harmonizar as relações Leste-Oeste. A maratona de Berlim de 1990 percorreu simbolicamente zonas de Berlim ocidental e oriental como símbolo da reunificação em curso (Kissoudi,1698). Por último na antiga URSS o povo da República da Geórgia admitiu que ver os atletas soviéticos nos lugares cimeiros do pódio aumentava o seu orgulho de pertença à “pátria mãe soviética” (Allison,117). No entanto o sentimento de unidade representado pelo desporto não se nota apenas no plano intra-estatal. Nos anos 30 o Desporto teve um impacto importante na aproximação do movimento internacional de trabalhadores no continente europeu. Festivais desportivos e Workers Olympiads funcionavam como fóruns importantes para o movimento operário e socialista europeu durante as décadas de 1920 e 1930 permitindo uma interação muito importante para o contínuo progresso e consciencialização de causas comuns e transnacionais entre o operariado dos estados europeus. A existência da Socialist Workers Sport International foi a principal marca desta realidade (Jarvie,546).
Em conclusão resta destacar a última categoria desta tipologia. Esta pretende sublinhar que o Desporto serviu também de plataforma para que agentes não-estatais reforçassem a sua capacidade de agência. Em diversos casos o desporto permitiu que indivíduos isolados tivessem um papel fulcral na esfera internacional, evidentemente que sempre em dialética com outros níveis de análise. O caso mais mítico ocorreu em 1936 quando Jesse Owens conquistou 4 medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Berlim em plena Alemanha Nazi contribuindo para colocar em causa o mito de superioridade racial ariana (Redecker,496). Em 1928 ocorreu pela primeira vez a participação feminina nos Jogos Olímpicos, sendo que 56 anos depois Hassiba Bourghiba, campeã olímpica em 1984, protagonizou um momento mítico ao cruzar a linha de meta gritando em honra de todas as mulheres oprimidas (Jarvie,546). Maria Isabel Urrutia usou igualmente a projeção de medalhada de ouro Olímpica para denunciar as condições do seu país natal – Colômbia – alertando para problemas como guerrilha interna, sequestro e discriminação especialmente em relação às “poor and black females” (Jarvie,549). O destaque final do Desporto no âmbito das RI prende-se com o papel das instituições internacionais que se assumem numa lógica de interdependência complexa ou nas palavras de Geoff Wiseman – Polylateralism – onde eventualmente podem ser incluídos grupos desportivos e clubes (UK,4; Rofe,11). Esta interdependência é evidentemente uma marca do plano desportivo internacional contribuindo desta forma para o seu papel geral no estudo das Relações Internacionais. As principais instituições desportivas têm a responsabilidade de administrar as regras que cada desporto segue internacionalmente (Kyrolainen,76). Têm também alguma influência na realidade económica interna de certos Estados nomeadamente quando ocorrem processos de atribuição de competições internacionais (Rofe,23). Além disso a ideia de que estas instituições são como que uma simbologia desportiva das instituições políticas internacionais (Redecker,498) é tão expandida como o destaque dado à relação estabelecida nomeadamente entre ONU e o Comité Olímpico Internacional (Beacom,16).
Miguel Chora
Mestrando em Economia Internacional e Estudos Europeus
ISEG
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